trechos da primeira versão da performance, em maio de 2015, no conservatório da UFMG, em belo horizonte.
‘degelo’ é uma performance audiovisual sobre o aquecimento global, executada a partir de um instrumento criado pelo artista. imagens remotas do passado contam a história de como era o mundo antes da ação desordenada do ser humano destruir o planeta. seria como se alguém do futuro estivesse vendo imagens da terra no momento atual e acompanhando seu processo de deterioração.
a performance trata da forma desordenada como o ser humano tem tratado o planeta e o seu consequente resultado – o derretimento das calotas polares, causando uma modificação completa de todos os eco-sistemas da terra. durante aproximadamente 30 minutos, a apresentação intercala momentos de tensão com outros onde uma aparente calma é apenas um suspiro antes que novas fraturas voltem a acontecer.
através de sons e imagens, este processo é descrito, usando uma narrativa que mostra desde a situação natural, onde as geleiras ocupam seu espaço nos pólos do planeta, até o seu completo derretimento. este processo se dá de uma forma trágica e intensa, demonstrado pelos ruídos sonoros e pelas imagens que, mais que identificar elementos realistas, apresenta a tensão do movimento dos blocos se soltando e desintegrando, até restarem apenas escombros.
a performance é executada a partir de um instrumento criado pelo artista, que consiste em um bloco de isopor com 4 microfones (piezos) embutidos. o som captado entra no computador e é modulado por efeitos, que se somam a gravações de geleiras rachando, trincando, se desfazendo. estes sons geram padrões rítmicos intensos que transmitem a ideia de tensão, que permeia toda a apresentação.
o instrumento é tocado arrancando-se partes dele até que sobrem apenas pequenos pedaços. estes sons lembram as trincas das geleiras reais e são somados aos sons pré-gravados criando uma unidade.
uma câmera é posicionada de forma a captar os movimentos das mãos tirando pedaços da chapa de isopor, em sobreposição a imagens de blocos de gelo se fragmentando. esta mistura se dá de forma bem sutil, fazendo parecer que a mão que toca o instrumento na verdade está tirando pedaços das geleiras reais.
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